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Autores da obra “Pensando as favelas cariocas” discutem sobre as problemáticas do espaço da favela em Aula-Live



Medo, violência e racismo foram assuntos abordados no dia 05 de outubro, durante a aula-live “Habitação social e as favelas cariocas”. Parte dos autores da obra Pensando as favelas cariocas se reúnem com alunos da PUC-Rio para expor suas perspectivas a respeito do espaço da favela, desde a formação histórica, até o lugar que ele ocupa no imaginário social.

Mario Brum e Gisele Martins são autores do capítulo “Da Redemocratização ao Rio Pós-2016: o ‘entulho autoritário’ da Ditadura foi jogado nas favelas?”.  Eles argumentaram que as favelas sofrem com a criminalização e com a marginalização desde o seu surgimento. A insalubridade e a vigilância do território seriam fatores permanentes na história. O não reconhecimento dos bandidos explicaria o controle excessivo, pois, como todos podem ser suspeitos, esses territórios são colocados frequentemente sob medo.

— No Brasil de hoje, nós precisamos defender a vida e os direitos mais elementares para a cidadania de todos. Fracassamos em construir uma sociedade em que isso fosse um elemento comum a todos — afirma Brum, que também é um dos organizadores da obra.

— O direito à vida é universal. Está na constituição. Mas digo que nós, população de favelas, não temos esse direito — concorda Gisele Martins.

Tania Maria Fernandes e André Luiz da Silva Lima escreveram o capítulo “Favelas, direitos e experiências coletivas: olhares sobre o PAC Manguinhos (2008-2016)”. Durante a aula, os pesquisadores afirmaram que o projeto de Manguinhos pertence à logica de exclusão extrema. Para André Luiz, as relações de poder, por vezes paternalistas, perpetuam a desigualdade e favorecem o acúmulo de capital na favela.

— Manguinhos é um território construído por relações de poder e, por isso, acaba sofrendo um processo de permanente vulnerabilização, desde a questão ambiental, até as questões politicas, sociais e econômicas — afirma o autor.

Ao pesquisar a respeito de narrativas orais, Tania Fernandes percebeu a necessidade de permitir que os moradores relatassem a história da vida deles. Para ela, é importante que os moradores de Manguinhos fossem ouvidos com atenção, respeito e com perspectiva de incorporação dessas narrativas para a construção de uma narrativa maior.

—Pegar o depoimento oral e trazer para a narrativa histórica de cunho acadêmico é o que possibilita que a narrativa se transforme em um livro — complementa.

Rafael Soares Gonçalves, também organizador da obra, é autor do capítulo “E o prefeito sobe o morro: as intervenções da gestão Pedro Ernesto nas favelas cariocas”. O pesquisador fechou o debate com uma pergunta para os alunos presentes:

— Como pensar num processo de participação e de desenvolvimento se, muitas vezes, a forma de participação do Estado é extremamente violenta?

Clique aqui para assistir ao evento na íntegra!


Publicado em: 18/10/2021





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