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A prática da memória e a memória na prática

Atividade: O jogo do barbante

Objetivos: Realizar um bate-papo grupal; analisar as diferenças que se apresentam num bate-papo individual e em bate-papo com mais de uma pessoa.

Material: Rolo de barbante.

Desenvolvimento:

  1. Os participantes são convidados a sentar-se em círculo;
  2. Um dos participantes deve iniciar a conversa, jogando um rolo de barbante para um dos presentes sem soltar a ponta;
  3. O participante que jogou o barbante fará uma pergunta para a pessoa que o recebeu. É importante que as questões sejam referentes à história de vida da pessoa;
  4. Após a questão ser respondida, a pessoa escolhida seleciona outro participante para jogar o rolo de barbante e fazer uma nova pergunta;
  5. O barbante pode voltar novamente para uma pessoa que já respondeu uma pergunta, caso alguém sinta necessidade de saber mais detalhes da história ou aprofundar alguma questão. Por fim, um grande mosaico de barbante e histórias será formado;
  6. Encerrada a atividade, você pode estimular os participantes a perceber o quanto uma história puxa outras histórias e outras perguntas, a partir dos seguintes questionamentos:
    • Como se sentiram ao realizar a atividade?
    • O que mais lhes surpreendeu?
    • Quais os aspectos positivos e negativos desse tipo de experiência?

Atividade: Oficina de fotografia e memória: Que histórias quero guardar e contar?

Objetivos: Entrar em contato com camadas mais antigas da própria história é também adentrar no terreno da memória coletiva. Desvelar algo deste passado é ir ao encontro de temas como a migração e a diversidade cultural que nos habita. O tema da ancestralidade nos convida ao diálogo com as raízes, com nossas origens, com pessoas que compõem nossa história, com as gerações que nos antecederam. Ao escavarmos este terreno, nos conhecemos mais, ganhamos profundidade de existência.

Material: Fotos trazidas pelos participantes.

Desenvolvimento:

  1. Pedir que cada participante selecione e traga de uma a três fotos de seu acervo que evoquem os seguintes temas: ancestralidade, diversidade cultural, raízes e migração;
  2. Colocar as fotografias numa mesa e dar alguns minutos para que todos vejam as imagens;
  3. Cada participante é chamado a contar as histórias que suas fotografias guardam.

3.5 O que fazer com as histórias de vida escutadas? Transformando a compartilhando os relatos 53

3.5.1 Encerramento do bate-papo

Neste tópico, discutiremos, dentre outras coisas, quais os desafios que envolvem o encerramento da conversa. Mas, você deve estar se perguntando: depois que a pessoa se mostrou aberta e disponível a falar, por que deveria me preocupar em como devo finalizar uma conversa?

53 A lembrança é em larga medida uma reconstrução do passado com a ajuda de dados emprestados do presente.
(Maurice Halbwachs)

Encerrar um bate-papo, bem como iniciar uma conversa, não é uma tarefa necessariamente simples. Algumas pessoas demoram a entrar em contato com suas memórias, seja porque têm alguma resistência em falar, ou mesmo porque não existem muitas pessoas disponíveis para escutá-las. Contudo, depois de perceberem que há uma escuta atenta e delicada, o desejo de rememorar torna-se tão forte que suas lembranças não param de jorrar. Essa forma de entregar-se para o outro por meio das lembranças é uma preciosidade, o motivo mesmo do trabalho do escutador. Portanto, é importante que haja disponibilidade para acolher todas essas histórias.

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