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Vamos conhecer a história de Dona Tereza (ou será Neuza?).
Cíntia (NIMESC): Dona Neuza, a senhora foi assinar o papel e eu percebi que a senhora escreveu dona Neuza, mas parece que as meninas chamaram a senhora de dona Tereza, é isso?
Tereza: É, porque... o meu pai. Cachaça, também... na época que meu pai me registrou - que eu sou a mais velha - mas ele já foi pra lá mamado registrar, né? Aí, quando chegou aí no Cartório... falou dois nomes, porque, na mente dele, ele queria que eu chamasse Neuza, mas minha mãe queria que eu fosse Tereza... aí, meu pai, acho que falou dois nomes, mas o juiz é assim, o juiz fica ali. Não, cê fala de novo que eu não entendi. E minha mãe contando a história. Ele falou assim: Tereza, ah, eu não sei se é Neuza, Tereza, Neuza Tereza. Aí, o juiz falou: “- Afinal de contas, é Neuza ou Tereza, Tereza ou Neuza?”. Aí, tá ali, o que que ele faz? Botou a Tereza ali no livro, no escrivão, e deu o registro de Neuza pro meu pai... Meu pai veio a falecer, eu tinha seis anos na época. Ela foi ver negócio de pensão, né? Quando chegou lá, ah, aqui está o registro dos filhos. É Tereza, Marlene, Marinete e Moacir. O escrivão olhou lá: “- Ué?...mas aqui não tem Tereza!”. “- Tem, senhor, a minha filha chama Tereza.”. “- Não, aqui não tem Tereza, tem Neuza.”. A minha mãe me chega em casa e fala: “- Ah, Terezinha, seu nome não é Tereza não, tá escrito Neuza, a moça falou.”. Eu ia entender o quê? Eu, com seis anos, não entendi nada.
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